"Tudo começou com uma simples
canção de despedida. Provavelmente
para uma garota, mas percebi que
poderia ser um adeus a uma infância."
canção de despedida. Provavelmente
para uma garota, mas percebi que
poderia ser um adeus a uma infância."
(Jim Morrison sobre "The End")
Hoje me peguei ouvindo “The End”
do The Doors e me vieram à mente algumas histórias controversas e curiosas
sobre essa canção.
Ao que tudo indica, essa foi a
primeira canção de rock a ousar ultrapassar o limite dos 10 minutos. Isso mesmo
antes do Pink Floyd, Yes, Genesis ou do Emerson, Lake and Palmer.
O curioso da composição da canção
é que ela foi construída ao longo de inúmeras apresentações da banda durante o
ano de 1966 no “Whisky a Go Go” (um clube noturno de Los Angeles), onde os
Doors costumavam tocar.
Um evento foi crucial para definir
a estrutura da canção. Em uma determinada noite daquele ano de 1966, o clima ficou
pesado para banda ao tocar a canção no Whisky. Isso porque o Jim Morrison
começou a introduzir na sua performance (no momento que antecedia o clímax
sonoro da canção) um tipo de recital audacioso, adaptando episódios do Édipo
Rei de Sófocles.
Entoado com toda a energia e
ferocidade que o Jim conseguia impor com a sua voz, o trecho “Pai?/ Sim, filho?/ Eu quero matar-te/ Mãe?
Eu quero… FODER-TE!" provocou escândalo e desconforto em algumas pessoas
que frequentavam o Whisky naquela noite. Uma das pessoas que ficaram
estarrecidas com o recital edipiano do Morrison era o dono do clube. Não deu
outra: a banda foi expulsa, praticamente enxotada do local.
A banda
passou a ser sumariamente banida do circuito de vários bares noturnos
(inclusive do Whisky) por causa da performance do Morrison no meio da canção.
Uma encenação que na época não era, provavelmente, muito bem entendida pelos
donos de bares e frequentadores da noite de Los Angeles.
Mas
Jac Hozlman havia visto apresentações da banda e a convidou para assinar um contrato com
então gravadora Elektra Records.
A
canção foi gravada no primeiro álbum (embora com o “Foder-te” bastante abafado
por gritos) e, inesperadamente, chegou ao primeiro lugar no México.
Daí
para frente, a trajetória da banda foi a loucura (elevada à máxima potência) que
muita gente já conhece...
P.S. Uma história de bastidor
peculiar (nunca confirmada) conta que essa canção foi a última que o Morrison
ouviu antes de morrer. Na verdade, o Jim, um dia antes da sua morte, teria
iniciado um ritual que consistia em ouvir todos os álbuns do The Doors numa
ordem cronológica inversa. Ou seja, ele teria começado no “L.A. Woman” e
terminado no “The Doors”, de 1967, cuja última canção é “The End”.
Ouça a canção: https://www.youtube.com/watch?v=aGmAmJFUvzM
Ouça a canção: https://www.youtube.com/watch?v=aGmAmJFUvzM
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